quinta-feira, 9 de setembro de 2010




Existe uma nova Rainha no baralho. Não tem o coração da Rainha de Copas, mas muitas vezes é seu ímpeto quem a controla. Escrava dos desejos, sejam eles quais forem...


Não é do naipe de Ouros, mas pode facilmente ser confundida com tal realeza se assim desejar. Ao mesmo passo que sem motivos nem porquês, joga tudo pro alto e revela a farsa, deixando escapar na risada sua originalidade plebéia.


Rainha de Espadas ou Copas não a intimidam, no País das Maravilhas, neste ou em qualquer outro que seja. A vida lhe deu malemolência de sobra... sua realeza se explica, se experimenta e se observa na malandragem com que ela leva quem a leva; seja lá a vida ou quem mais vier.


Distante, distinta e diferente de todas as outras, mas ainda assim, Rainha, e como a de Paus não retrocede nem baixa a guarda perante os desafios. Cabeça sempre erguida. Tira a coroa, o salto e entra na briga pra defender seu reino, que se estende por onde passa, por aqueles que ama e em tudo o que crê. Não tem volta... e as feridas fazem parte da história, no corpo, na alma, nela e naqueles que cruzam o seu caminho. Ela não recua, abre espaço e vai em frente. Há muito chão pra se ganhar...


É a Rainha do Adeus. Ou será do Novo ? A Rainha das Oportunidades... de qualquer jeito, é a primeira palavra, a que ela mais diz, conforme eles vem e se vão ou ela chega e desaparece; por necessidade, paixão ou medo do que isso possa significar pra alguém que aprendeu a ser só. Quando se vê o mundo como se nada nem ninguém fosse nosso, e tudo a cada instante pudesse mudar e recomeçar, as possibilidades serão sempre infinitas.


...enquanto ela segue adiante, as oportunidades nunca deixarão de existir e o mundo inteiro se desdobra aos seus pés. Pés sozinhos, sem escolha nem parada certa, pois é justo o adeus que os mantém vivos...


E lá se vai a Rainha outra vez.