sábado, 27 de dezembro de 2008

Dói e às vezes eu me pergunto se é só em mim .
As palavras já não vêm mais como antes e o silêncio deixa nítida a distância que se impôs entre nós, ainda que você esteja logo ali . E é estranho ser visita, onde um dia eu pensava ser tudo. Ter tudo, mas talvez no fundo este nunca tenha mesmo sido o meu lugar .
Eu não te alcanço, você não tenta ... e por mais que eu sinta, a falta vira costume . Vira rotina, e de repente parece nem fazer sentido querer tanto algo que ficou pra trás . Eu não vou parar e provavelmente, em pouco tempo, também não busque mais . A vida continua, foi você mesma quem me ensinou . Mas já não tem tanta graça e é com certeza muito mais feia, sem aquele seu olhar cor-de rosa, que eu costumava criticar tanto .
A verdade é que eu preciso dele, pra enxergar um pouquinho de beleza e poesia no meio de toda essa poeira cinza que se recusa em assentar . Acreditar nas pessoas, no mundo e principalmente, em mim . Eu preciso que você acredite em mim, e acredite que de algum jeito, isso ainda vale a pena .
Mas você continua ocupada, distante, enquanto eu despejo todas as palavras que tinha pra dizer em qualquer canto por aí . Então me calo, e espero, quem sabe um dia doa em você também .
Enquanto isso vou indo, mas a saudade insiste em permanecer ... entalada, sufocada, por onde quer que eu vá . E talvez não seja mesmo pra ser, mas queria nem que fosse uma única e última vez, te escutar pedindo o que eu tantas vezes sonhei escutar ...

... fica ...

domingo, 21 de dezembro de 2008

Eu mudo o assunto, mas em silêncio me pergunto por qual calçada andam seus passos . Meus sonhos, seus braços e todos os laços em pedaços, me confundem e às vezes nem mesmo sei dizer se estou acordada .
Talvez não seja nada a não ser um outro pesadelo do qual em breve eu poderei me esquecer . Uma ilusão de uma cabeça confusa por um coração cansado, tão cansado de se confundir. Talvez, quando abrir meus olhos novamente tudo isto chegue a um fim.
E toda a dor será levada embora, lavada tal qual os pecados, os perjúrios e as mentiras que dissemos para nos salvar.
Não haveriam gritos nem a necessidade forçada de um silêncio constrangedor e gelado, do qual me fiz refém.
Eu não estaria oca e teria em mim outra vez pulsando, aquilo que me sacode e me faz ter certeza que estou viva.
Eu ainda teria você.

Eu sigo adiante, mas em segredo sinto a falta do que ficou pelo caminho . Meus dias, suas noites e tantas histórias em memórias que se confundem e se fundem entre o real e o imaginário. É, você foi a maior das brincadeiras , a fantasia de carne e osso que eu vi surgir e depois partir sem sequer dizer adeus.
Talvez o silêncio mesmo que frio, seja melhor do que um punhado de palavras insossas ditas sem força numa tentativa civilizada de despedida. Um grito mudo, invisível que soltei enquanto me virava as costas. Talvez um dia você o escute.
E quem sabe assim, entenda que ao meu modo eu nunca deixei de te amar.
Não haveriam dúvidas nem meias certezas, e pro bem ou pro mal, pelo menos uma vez a verdade crua e bruta se imporia entre nós.
Eu não estaria mais no escuro e teria enfim um caminho claro por onde ir, sem armadilhas e círculos que me trouxessem sempre para um mesmo velho lugar.
Eu seguiria com ou sem você.

Eu escrevo sobre novos amores, mas com saudade me lembro dos seus olhos nos meus. Minhas vontades, seus sorrisos e todos os defeitos perfeitos que me tiravam o sono e o ar. Uma ilusão de uma cabeça confusa por um coração cansado, tão cansado de se confundir...
Talvez tenha sido melhor assim, algumas coisas ficam muito mais bonitas no papel.
E no meio de tantas reviravoltas, tropeços e lapsos, de alguma forma encontrei em mim forças para caminhar. Posso não ter saído ilesa nem imune , mas de um jeito ou de outro, eu saí .
Não haveriam lágrimas nem cicatrizes, mas sem sequer pestanejar, faria tudo outra vez. Por ter sido puro, genuíno e latente, mas principalmente por ter sido amor.
Eu não estaria onde estou sem seus passos, pois em parte, eles me trouxeram até aqui. Então eu mudo de assunto, sigo adiante e escrevo... mas uma parte de mim ainda reluta em te deixar partir. Alheia, indiferente e apesar do que quer que aconteça,
eu vou lembrar de você.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Eu desmoronei, te vendo me deixar como se nada nunca tivesse significado pra você .
E mesmo que precisando de tanto tempo, aceitei, ser só mais uma lembrança da qual não faz a menor questão de se lembrar .
Eu dizia que não era possível, mas aos poucos, catei e colei todos os meus cacos e aprendi a ser inteira, sem te ter em mim .

Eu suportei toda a dor e o vazio, de ter arrancado, tudo o que de mais vivo, possuí .
E mesmo que precisando de tanto tempo, entendi, que em você nunca havia existido o que gritava dentro de mim .
Eu pensava que não conseguiria, mas aos poucos, deixei que outros ocupassem o seu lugar.

Eu perdi tudo o que um dia quis para nós, sonhos esmagados pela sua ausência, seu descaso .
E mesmo que precisando de tanto tempo, desisti, de esperar por alguém que não queria vir.
Eu achei que seria para sempre, mas aos poucos, pude respirar fundo e seguir em frente .

Eu agüentei quando desprezou meus carinhos, levou consigo pedaços da minha vida e o amor mais sincero que já senti .
E mesmo que precisando de tanto tempo, me livrei, de todas as palavras sufocadas no meu peito, destinadas a você .
Eu te deixei para trás junto com elas e agora já não há mais nada para se dizer .


... o silêncio é mais do que suficiente ...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Eu escrevo numa tentativa de vencer aquilo que me consome , pois quem sabe se eu as expulsar , essas palavras enfim me dêem uma chance de normalidade e me livrem ainda que em parte do meu próprio sufoco .